Comentário sobre o artigo "Baderna está tomando conta do país", diz Barbosa
Publicado na Internet em 01/12/2016
Não sou admirador do Sr. Joaquim Barbosa, mas concordo com a sua declaração de que uma "Baderna institucional está tomando conta do país". Eu diria melhor: uma baderna institucional tomou conta do país. No momento em que vemos magistrados favorecendo este ou aquele partido político de acordo com as suas (deles) conveniências, deixando de lado a imparcialidade com que a justiça deve agir, atropelando a Constituição Brasileira e fazendo declarações bombásticas com o objetivo de se manterem em evidência nos holofotes da mídia golpista, não resta dúvida de que algo está errado.
Quando prefiro dizer que a baderna institucional tomou conta em vez de "está tomando conta" é porque esses desvios de comportamento das instituições políticas partidárias, do Poder Judiciário e do próprio Poder Executivo, vêm se evidenciando desde os idos de 1986, quando o primeiro presidente pós ditadura dos anos 64/85 foi eleito por um colégio eleitoral e não por uma eleição direta.
No meu livro "Memórias de um Brasileiro Insigne(ficante)" publicado pela Editora Baraúna - São Paulo e lançado em 19 de dezembro de 2013, eu já denunciava a degradação dessas instituições.
Atualmente, porém, a corrupção, o desrespeito à população brasileira por parte dos três poderes, o abuso de autoridade praticado por alguns membros das polícias e também do Poder Judiciário, o antagonismo entre os poderes da república tornaram-se insuportáveis e atingiram os limites da tolerância.
Em artigo anterior, influenciado talvez por uma visão otimista, afirmei que a democracia no Brasil já se havia consolidado. Reconheço, todavia, que, diante dos últimos acontecimentos, das barbaridades a que estão submetendo o povo brasileiro, essa afirmação foi precipitada.
A frágil democracia brasileira foi mortalmente ferida, no momento em que rasgaram a constituição de 1988 ao tomarem de assalto o poder das mãos de uma presidente honesta, eleita pelo povo, para colocarem em seu lugar um governo ilegítimo, indesejável, que se acercou de marginais da mais alta periculosidade para com eles brincar de presidente.
Urge, portanto, que alguma providência seja adotada por parte da população brasileira, para que o país retome o rumo da democracia e do desenvolvimento que alcançou no período de 2003 a 2015, e afaste de uma vez por todas o fantasma da ditadura, esta sim, que aos poucos vem se instalando de maneira ostensiva no nosso país.
Salvador (BA), 01/12/2016
Gérson de Araújo Matos
Um brasileiro insigne(ficante)