GOLPE À VISTA
Passados 50 anos do golpe militar que depôs o presidente João Goulart e estabeleceu o regime ditatorial por um período de 21 anos, o Brasil parece encontrar-se novamente às vésperas de um novo golpe.
Desta vez, não se trata, ainda, de outro golpe militar, embora alguns generais tenham-se manifestado pela Internet, com ameaças à democracia, talvez por se sentirem preteridos no que se refere à distribuição das riquezas do país.
Porém, pelo desenrolar dos acontecimentos, configura-se uma situação em que o maior partido da oposição, que foi fragorosamente derrotado há 12 anos pelo sufrágio da maioria do eleitorado brasileiro, agora apoiado por um aparato midiático sem escrúpulos, de alcance internacional e visivelmente interessado no retorno desse partido ao poder, tenta, pelos meios mais escusos, impedir a reeleição da atual presidente da República a qualquer custo.
Já vimos este filme no final de 2006, quando as pesquisas apontavam para a reeleição do presidente Lula já no primeiro turno. O desespero, diante da nova possível derrota, levou os pequenos partidos da oposição a se juntarem ao maior deles, no intuito de reverterem a situação. O expediente utilizado para esse fim, atualmente, apresenta incrível semelhança com o daquela época.
Em 2006, entretanto, o método não surtiu o efeito desejado, porque a população brasileira encontrava-se em estado de graça. O presidente analfabeto, como era designado pelos intelectuais da oposição, após retirar o país do fundo do poço em que seus antecessores o haviam atirado e colocá-lo, em apenas quatro anos, num patamar jamais alcançado nos últimos 50 anos, mostrou ao mundo, e principalmente ao Brasil, que mais vale um “analfabeto” inteligente e patriota, do que um bando de acadêmicos incompetentes, irresponsáveis e antinacionalistas.
Agora, porém, a conjuntura econômica, diante da maior crise ocorrida após a grande depressão de 1929, provocada pelo país mais poderoso do mundo e que atingiu em cheio as economias de todas as nações, apresenta-se menos favorável à Presidente da República, mesmo tendo o Brasil, pela competência do seu governo, resistido aos efeitos devastadores dessa crise com melhor desenvoltura do que muitas grandes potências ao redor do mundo.
Consequentemente, torna-se necessário um redobrado esforço por parte do Partido dos Trabalhadores, para permanecer no governo por mais quatro anos e realizar todos os projetos que se encontram em andamento, e que são do interesse de toda a população brasileira. Caso contrário, o retrocesso fatalmente acontecerá, e todo o trabalho desenvolvido nos últimos doze anos em benefício da sociedade brasileira terá sido em vão.
Essa nossa afirmação fundamenta-se nas ocorrências verificadas e vividas pela maioria dos brasileiros entre 1986 e 2002. Nesse lapso de 17 anos, o Brasil experimentou o maior período de corrupção, de recessão, de inflação descontrolada, de desemprego, de taxas de juros estratosféricas, de violência, de violação e desrespeito aos direitos dos cidadãos, de arrochos salarial e monetário, de impostos escorchantes, de pobreza, de servilismo ao poder hegemônico de grandes nações, de injustiça social, de fome, de miséria, de desprezo pela educação e pela saúde, de que se teve conhecimento.
Todavia, como todos esses males acima elencados, enquanto massacravam a grande maioria da população brasileira, beneficiavam uma minoria privilegiada, inclusive o PIG, Partido da Imprensa Golpista, essa execrável instituição fazia-se de ouvidos moucos e silenciava diante de todos esses descalabros.
A ascensão ao poder, de um partido de vocação democrática voltado para o bem estar de todos os brasileiros, desencadeou o inconformismo das classes privilegiadas, que são caracterizadas pelo preconceito de raças, pela discriminação de classes e consideram-se superiores aos seus semelhantes, conduzindo-as ao cúmulo do desespero só de imaginarem que poderiam ver, a qualquer momento, uma pessoa que foi sua empregada doméstica apresentar-se na televisão como advogada de outra pessoa, ou de uma empresa qualquer. Isto, para elas, era, e continua sendo, inconcebível e inaceitável.
Esta, a razão; este, o motivo que levou essa imprensa desqualificada, pérfida, rasteira, a tentar promover uma lavagem cerebral nos “desinformados” eleitores brasileiros, valendo-se do poder da comunicação de massa para perpetrar o golpe de forma aparentemente legítima, mas que não passa de uma conspiração altamente danosa à nação brasileira.
Aquilo que não se configurava crime nos governos anteriores porque beneficiava os privilegiados, passou a ser crime nos governos do Partido dos Trabalhadores. Daí, a enxurrada de denúncias, algumas talvez verdadeiras, mas a grande maioria leviana, desprovida de qualquer consistência, de qualquer prova documental que lhes confira credibilidade.
Considerando que o programa de governo apresentado pelo candidato da oposição já foi testado durante oito anos e não apresentou qualquer resultado positivo para o Brasil, cabe ao eleitorado brasileiro aceitar ou não o retrocesso, a lavagem cerebral a que está sendo submetido, e a responsabilidade de escolher com sabedoria a melhor solução para os destinos da sua pátria.
Salvador (Ba), 19 de outubro de 2014
Gérson de Araújo Matos
Um brasileiro insigne(ficante)